Tudo sobre Usina Hidrelétrica
Introdução
O
Brasil está entre os cinco maiores produtores de energia hidrelétrica no mundo,
segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL). Atualmente operam no
país 158 usinas hidrelétricas, que produzem um total de 74.438.695 kW (maio/2007). Já estão em construção outras 9 usinas.
Outras 26 outorgadas entre 1998 e 2005 ainda não iniciaram sua construção.
Essas usinas hidrelétricas são construídas em locais onde se pode melhor
aproveitar as influências e os desníveis dos rios, que geralmente estão
distantes dos centros consumidores.
Com o objetivo de gerar energia limpa e relativamente barata, as usinas
hidrelétricas estão em alta , principalmente pelo baixo custo de manutenção e
pelo grande potencial hidrelétrico que o Brasil possui. Porém, como quase todos
os tipos de fontes de energia, essa que provém da força das águas também possui
desvantagens em relação as outras, pois no momento da sua construção , alaga
áreas de preservação ambiental e retira muitas pessoas de suas
moradias. Entretanto, apesar desses problemas, as usinas hidrelétricas geram uma
enorme quantidade de energia , que é cada vez mais necessária no mundo.
Histórico
O
uso da força das águas para gerar energia é bastante antigo e começou com a
utilização das chamadas “noras”, ou rodas d’água do tipo horizontal, que
através da ação direta de uma queda d’água produz energia mecânica e são usadas desde o
século I A.C.. A partir do século XVIII, com o surgimento de tecnologias como o
motor, o dínamo, a lâmpada e a
turbina hidráulica, foi possível converter a energia mecânica em eletricidade.
Mas
o acionamento do primeiro sistema de conversão de hidro energia em energia
elétrica do mundo ocorreria somente em 1897 quando entrou em funcionamento a hidrelétrica de “Niágara Falls” (EUA)
idealizada por Nikola Tesla com o apoio da
Westinghouse. De lá para cá o modelo é praticamente o mesmo, com mudanças
apenas nas tecnologias que permitem maior eficiência e confiabilidade do
sistema.
A
primeira hidrelétrica do mundo foi construída no final do século XIX, quando o
carvão era o principal combustível. Até então, a energia hidráulica da região
tinha sido utilizada apenas para a produção de energia mecânica. Na mesma
época, e ainda no reinado de D. Pedro II, o Brasil construiu a primeira
hidrelétrica, no município de Diamantina, utilizando as águas do Ribeirão do
Inferno, afluente do rio Jequitinhonha, com 0,5 MW (megawatt) de potência e
linha de transmissão de dois quilômetros.
A
usina hidrelétrica é um conjunto
de obras e equipamentos, cujo seu objetivo é produzir energia elétrica através do
aproveitamento do potencial hidráulico existente em um rio. Isto esta associado a vazão de um rio, ou
seja, quantidade de água disponível em um certo tempo ,que também é dependente
das condições geológicas(largura,inclinação,tipo de solo) ,sendo assim seu
potencial será maior quanto maior for o volume da queda. A hidrelétrica recebe
influencia dos índices pluviométricos fazendo com que sua capacidade varie ao
longo do ano.
Um
sistema elétrico de energia é constituído por uma rede interligada por linhas
de transmissão (transporte). Nessa rede estão ligadas as cargas (pontos de
consumo de energia) e os geradores (pontos de produção de energia). Uma central
hidrelétrica é uma instalação ligada à rede de transporte que injeta uma porção
da energia solicitada pelas cargas.
No
Brasil, pode ser classificada de acordo com a sua potência de geração de
energia em dois tipos principais: pequenas centrais hidrelétricas (PCH`s) que
produzem de 1MW a 30 MW e possui um reservatório com área inferior a três km²
(Resolução ANEEL N.º 394/98), e as grandes centrais hidroelétricas(GCH`s) que
produzem acima de 30 MW.
A
Usina
Hidrelétrica de Tucuruí, por exemplo, constitui-se de uma das maiores obras da
engenharia mundial e é a maior usina 100% brasileira em potência instalada com
seus 8.000 MW, já que a Usina de Itaipu é binacional. A Itaipu foi considerada uma
das "Sete Maravilhas do Mundo Moderno" pela American Society of Civil
Engineers (ASCE).
É
ainda um tipo de energia renovável limpa e mais barata do que outras como a energia nuclear e menos agressiva
ambientalmente tais como a do petróleo ou a do carvão. A viabilidade
técnica de cada caso deve ser analisada individualmente por especialistas em engenharia ambiental e especialista em engenharia
hidráulica,
que geralmente para seus estudos e projetos utilizam modelos matemáticos, físicos e geográficos. Outras
vantagens são a geração de empregos, não há resíduos poluentes, não gera
diretamente a poluição e além da geração de energia elétrica, o aproveitamento
hidrelétrico proporciona outros usos tais como irrigação, navegação e
amortecimentos de cheias.
As
centrais hidrelétricas geram, como todo empreendimento energético, alguns tipos
de impactos ambientais como o alagamento das áreas vizinhas, aumento no nível
dos rios, em algumas vezes pode mudar o curso do rio represado, prejudicando
pontualmente a fauna e a
flora da
área inundada para a formação do reservatório, e os presentes nos trechos à
montante e à jusante da usina, parte das florestas inundadas se decompõe
produzindo metano, um gás que contribui para o efeito estufa, o represamento do
rio diminui o nível da água abaixo da represa; desabriga pessoas e animais;
provoca a salinização da água (no semi-árido) e provoca alterações climáticas
que irão comprometer a fauna e flora que não se adaptarão a essas mudanças.
A
hidrelétrica binacional, Itaipu localizada no Rio Paraná, na fronteira entre o
Brasil e o Paraguai é a segunda maior hidrelétrica no Brasil, sendo que Itaipu sozinha supre
24% da energia consumida no Brasil e 95% da energia consumida no Paraguai.
Três Marias,
na Bacia do São Francisco (que abastece o complexo siderúrgico do vale do Aço
mineiro) sendo administrada pela CEMIG.
Usina de
Salto Grande e Mascarenhas, no Rio Doce, que geram energia para os mercados fluminenses.
A usina
de Tucuruí, localizada no Rio Tocantins tem capacidade geradora instalada de 8.370 MW.
Tucuruí é a maior usina hidroelétrica 100% Brasileira e é a principal usina
integrante do Subsistema Norte do Sistema Interligado Nacional (SIN), sendo
responsável pelo abastecimento de grande parte das redes: da Celpa (no Pará),
da Cemar (no Maranhão) e da Celtins (no Tocantins). Em períodos de cheia no rio
Tocantins, a Usina de Tucuruí também complementa a demanda do restante do país.
A
Usina de Jirau, localizada no Rio Madeira ainda esta em fase de construção em
Rondônia que terá capacidade instalada de 3.750MW e faz parte do Complexo do
Rio Madeira. A construção está a cargo do consórcio "ESBR - Energia
Sustentável do Brasil", formado pelas empresas Suez Energy (60%),
Eletrosul (20%) e Chesf (20%).
Usina Hidrelétrica Jatobá é uma usina
hidrelétrica em projeto no Rio Tapajós, no Pará. Terá capacidade instalada de
2.338 MW, quando concluída, sendo a segunda maior do Complexo do Tapajós. O
lago terá área de 646,3 km². A queda será de 16 metros, gerando 2.338 MW
através de 40 turbinas bulbo de 59,7 MW cada. Produzirá 11.264 GW/ano.
No início
da década de 70 a Cesp completou o complexo Urubupungá, formado pelas usinas de
Ilha Solteira e Jupiá com capacidade total de 4500 megawatts. As usinas de São
Simão e Cachoeira Dourada também já estavam em fase de construção.
Depois
delas, foi construída a grande Usina de Água Vermelha, no Rio Grande. A China
atualmente pretende construir a Usina de Três Gargantas que produzirá 18.200 MW
(megawatts), 84,6 milhões de Mwh superando a produção de Itaipu que gera 90
milhões de Mwh e terá 14.000mW com mais duas unidades que estão sendo montadas.
A segunda maior usina do mundo é Grand Coulee nos EUA produz 50 milhões de Mwh.
A
Usina Hidrelétrica de Belo Monte
está sendo construído no Rio Xingu, no estado brasileiro do Pará, nas
proximidades da cidade de Altamira. Em potência instalada, a usina de Belo
Monte será a terceira maior hidrelétrica do mundo, atrás apenas da chinesa Três
Gargantas (20.300 MW) e da brasileira e paraguaia Itaipu (14.000 MW).Quando
ficar pronta, em 2015, a Usina de Belo Monte deve gerar 41,6 milhões de
megawatts por ano, o suficiente para atender ao consumo de 20 milhões de
pessoas durante um ano porem atualmente pontos de vistas dos ambientalistas,comunidades
indígenas locais e membros da igreja católica divergem com a construção desta
hidrelétrica desde o inicio do projeto. Eles defendem que a construção da
hidrelétrica irá provocar a alteração do regime de escoamento do rio, com redução
do fluxo de água, afetando a flora e fauna locais e introduzindo diversos
impactos socioeconômicos. Um estudo formado por 40 especialistas e 230 páginas
defende que a usina não é viável dos pontos de vista social e ambiental. Por
outro lado os interesses convergentes a obra são os defensores da obra,
formados por empresários, políticos e moradores das cidades envolvidas pelo
projeto, estimam que cerca de R$ 500 milhões sustentam o plano de
desenvolvimento regional que estaria garantido com a usina. Essa injeção de
recursos seria aplicada em geração de empregos, educação, desenvolvimento da
agricultura e atração de indústrias. Acredita-se também que o empreendimento
atrairá novos investidores para a região, considerada a única forma de
alavancar o desenvolvimento de uma região carente de investimentos.
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