terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

O mito da raça : em busca da pureza


                              


Ao longo da historia é possível perceber que muitos genocídios ocorridos no século XX foram em decorrência de justificativas racistas. Alguns exemplos de genocídios são os que ocorreram na Segunda guerra mundial, o genocídio cambojano, o armênio e o genocídio em Ruanda.

A ideia de raça introduziu-se há dois séculos com o conceito diferente ao do etnocentrismo, caso que ocorreu com as sociedades primitivas. Durante o século XIII, o botânico e zoólogo Lineu classificou a espécie humana em quatro raças: a raça europeia, africana, asiática e americana. No final do século XIII, o antropólogo Blumenbach formou a ideia das raças constituídas por brancos, negros, amarelos, vermelhos e marrons. Já o filosofo Arthur de Gobineau durante o século XIX foi o primeiro a relacionar a ideia de raças humanas com a historia.

A evolução da ideia de raça consolidou-se junto ao Darwinismo com a ideia de evolução, deixando pra trás os conceitos dados por Lineu e Blumenbach. Assim, consolida-se também o fato de que a raça ariana é mais evoluída biologicamente, construindo uma hierarquia de raças em que no ponto mais alto da escala encontram-se os brancos e no ponto mais baixo encontram-se os negros.

É notório que com a chegada do iluminismo foi possível classificar os seres humanos como iguais perante a natureza, porém fatos aconteceram que fizeram com que não fossem tão iguais assim. Os conceitos iluministas proporcionaram um problema que difundiu a campanha antiescravista no século XIII. O uso político do mito racial aconteceu no contexto imperialista na Ásia e na África, e em 1885 com a conferência de Berlim o uso do mito da raça foi crucial para o imperialismo sendo necessária a opinião pública europeia justamente pelo fato de que os europeus iriam dominar outros povos e assim o conceito de igualdade natural iria se esfacelando aos poucos. Assim, os europeus ao dominarem os africanos começaram a nomear as etnias e passaram a ter poder sobre elas.

É notório que seja inviável a busca pela pureza visto que isto é apenas um mito, considerando que o mito da raça é uma construção cultural humana e serviu de justificativa para o imperialismo europeu para as leis de segregação racial e ressurge com o conceito do multiculturalismo. O mito da mestiçagem brasileira estava associado às doenças que ocorriam frequentemente com a justificativa de que ocorria a miscigenação, porém aos poucos afirmaram que não era a miscigenação o fator para as tais doenças e sim os vetores transmissores.

Desse modo, a raça era apenas nação considerando um grupo humano percorrendo sua própria trajetória no firmamento do tempo. O mito da raça consolidou-se há apenas dois séculos buscando a pureza e operando na separação das descendências incorporadas ao mundo da política que serviu para a perpetuação de privilégios e atualmente está disfarçado de multiculturalismo.
Texto baseado no documentário  "café filosófico: o mito da raça" de Demétrio Magnoli.
Imagens da internet

 

 

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